Mergulho livre – Técnica da carpa
Após uma inspiração completa, onde todos pulmões são preenchidos, é possível bombear até cerca de 20-30 % a mais de volume de ar sob pressão com a famosa técnica da carpa.
O ar é bombeado para dentro dos pulmões com pequenas sucções executadas com a boca que se assemelham ao movimento do peixe carpa quando este está na superfície.
Apesar da vantagem de um maior volume de ar armazenado e, consequentemente, maior pressão parcial de oxigênio, esta é uma técnica avançada que deve ser usada com bastante moderação.
O excesso de ar nos pulmões pode provocar extravasamento de ar para as artérias (embolia gasosa), pneumotórax e sangramentos. Dependendo da gravidade, existe até risco de morte.
Além disso, o aumento da pressão intratorácica durante carpa pode levar a uma momentânea queda na pressão arterial sistólica (hipotensão ortostática), causando apagamento antes mesmo de se iniciar o mergulho livre em apneia.
Como nossos pulmões não possuem tecido nervoso, é difícil avaliar a quantidade de carpas que pode ser feita sem prejuízo à saúde, pois não sentiremos dor para nos avisar.
Quando se trata de apneia de alto rendimento, dificilmente abrimos mão da carpa. Atualmente, todos os recordes mundiais reconhecidos pela AIDA (Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apneia), sem exceção, foram quebrados com a aplicação desta técnica.
Ciente dos riscos, aqui vão alguns cuidados para maior segurança e eficiência da carpa.
Comece com poucas carpas (2 ou 3) e invista no aprendizado de uma inspiração completa eficiente (sem carpa).
Não permaneça em apneia se o excesso de ar tiver gerando desconforto.
Tome cuidado para não enviar o ar para o estômago ao invés dos pulmões. Este erro é cometido se o ar for engolido ao invés de sugado.
Alongue-se regularmente, mas nunca faça carpas durante alongamentos e posições de Yoga.
Nunca pratique a carpa dirigindo ou durante atividades que requerem atenção. Lembre-se do risco de apagamento.
Ricardo da Gama Bahia
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