Atum: Um símbolo dos oceanos
O atum esta entre os peixes mais magníficos dos mares deste planeta. Algumas de suas especies pode atingir até 3,65 metros de comprimento, pesar até 680 quilos e viver por aproximadamente 30 anos. Apesar de todo esse tamanho, ele é um primor da hidrodinâmica, capaz de nadar a 40 quilômetros por hora e mergulhar a quase 1 quilômetro de profundidade.Os seus cardumes costumam acompanhar as correntes marinhas, e são encontrados em todos os oceanos. O atum é um verdadeiro símbolo dos oceanos. Se pesquisar sobre este peixe, perceberá o tamanho da admiração que ele desperta em todo o mundo.
Os 8 tipos de Atum
Existem no mundo todo oito espécies de atum ou Thunnus (família Scombridae, classe Actinopterygii) com os seguintes nomes em português
- Thunnus alalunga – Albacora (do nome em inglês) ou Alvacora (Açores), Atum-branco, Atum albino ou Avoador (Angola) ou Asinha (por causa das suas longas barbatanas peitorais), Bandolim e Carorocatá (Brasil) e Peixe-maninha (Cabo Verde).
- Thunnus albacares – Albacora, Albacora-da-lage, Albacora-cachorra (Brasil), Atum, Atum-amarelo (do inglês “yellowfin”), Atum-oledê (S. Tomé e Príncipe), Atum-de-galha-à-ré (Cabo Verde), Rabão (Angola) e Rabo-seco (Cabo Verde).
- Thunnus atlanticus (endémico no Oceano Atlântico ocidental) – Albacora, Albacora-preta ou Albacorinha, Atum-barbatana-negra ou Atum-negro.
- Thunnus maccoyii (encontrado apenas na parte sul de todos os oceanos) – Atum-do-sul.
- Thunnus obesus (encontrada apenas em águas com temperaturas entre 13°-29 °C, mas o intervalo óptimo é entre 17°-22 °C; tem um valor muito elevado no mercado, uma vez que é processado como “sashimi” no Japão) – Albacora, Albacora-cachorra (Brasil) ou Albacora-olho-grande ou Atum-de-olho-grande (do nome em inglês “bigeye tuna”), Atum, Atum-fogo (S. Tomé e Príncipe), Atum-obeso, Atum-patudo, ou simplesmente Patudo.
- Thunnus orientalis (endêmico do Oceano Pacífico norte) – não se conhecem nomes em português, algo no mínimo curioso, uma vez que a pescaria de atum da Califórnia foi iniciada por portugueses.
- Thunnus thynnus, atum-rabilho (típico do Oceano Atlântico; criado em instalações de aquacultura no Japão, onde a sua carne é processada como “sashimi“).
- Thunnus tonggol – Atum-do-índico, Atum tongol, Bonito-oriental (Moçambique)
(Fonte: Wikipedia)
Gigante de sangue quente
Uma outra curiosidade sobre estes incríveis predadores (Atuns) é que são peixes de sangue quente e isso os permite procurar suas presas muitas vezes em profundidades maiores até que 200 metros. Eles são capazes de mergulhar até incríveis 900 metros.
O atum azul em especial é considerado um gigante do mar, podendo atingir até 3 metros de comprimento, pesar cerca de uma tonelada e é capaz de atingir até 70 km por hora quando arranca atrás de sua presa.
Pesca do atum e a história da humanidade
A primeiro relato que se conhece sobre a pesca do atum data de 700 a.C, no mar Egeu. Cardumes serviram de alimento para os gregos e posteriormente, para legiões romanas.
O atum faz parte da história da humanidade. Foi pintado em cavernas pelos homens primitivos, e sua imagem já fora até cunhada em moedas.
(Foto:numismatas.com)
No livro “História Natural”, na Antiguidade Clássica, Plínio (Plínio, 77-79), baseado em histórias relatadas, faz referência a atuns e descreve a sua grande anatomia (idem pg 31):
O grupo de tunídeos era tão grande que toda a armada do rei Alexandre, o Grande, comparou a um exército inimigo.
Aristóteles, conhecedor das espécies animais do Mediterrâneo, coloca os atuns, as sereias e os bonitos entre os peixes migradores.
Os atuns e as cavalas acasalam no fim do mês do Elafebólion e desovam no início do Hecatômbeon. Põem ovos numa espécie de saco (ibidem, pag 38).
Pesca do Atum no Brasil desde 1959
Arrendando barcos japoneses a pesca de atum foi iniciada em 1959 nas regiões Sudeste e Sul. E prosseguiu até 1964 quando a instabilidade política fez com que a pesca de alto-mar fosse deixada de lado por um tempo. Com isso os estrangeiros tiveram que procurar outros portos.
Pesca esportiva de Atum no Brasil
Por se tratar de um tipo de pescaria que acontece em alto mar. A pesca de atum necessita de lanchas ou barcos bem aparelhados e dotados de tecnologia, além disso é importante contar bons equipamentos de pesca e um guia experiente. Isso faz com que o custo de uma pescaria como essa seja bem elevado. Considerando a dificuldade de se realizar esse tipo de pescaria de forma amadora, podemos afirmar que a pesca de atum no Brasil esta longe de ser algo do tipo tradicional.
Uma espécie ameaçada pela gordura de sua barriga.
O atum é uma espécie migratória ou seja, não respeita fronteiras políticas, o que prejudica a fiscalização. Japoneses chegam a pagar mais de 1,5 milhão de dólares por um exemplar. Resultado? O atum azul do atlântico, e o atum azul do Pacífico, estão na lista vermelha dos ameaçados de extinção da IUCN (International Union for Conservation of Nature).
Desde que os japoneses elegeram a carne da barriga do atum azul como a melhor matéria prima do planeta para sashimis , o preço de alguns exemplares deste peixe passou a valer verdadeiras fortunas.
Pra se ter uma ideia um exemplar de 278 quilos de atum azul chegou a ser vendido por incríveis US$ 3,1 milhões. O recorde ajudou a propagar mundo afora as qualidades da carne do atum azul, impulsionando ainda mais o seu consumo, nos países emergentes da Ásia, como a China, onde o apetite e a falta de bom senso dos novos ricos não tem limites.
Graças a divulgação do recorde na venda deste exemplar o tradicional leilão de atuns do principal mercado peixeiro de Tóquio se tornou uma verdadeira atração turística.
Sendo o atum um produto bastante rentável, as políticas de regulamentação e conservação existentes podem não ser suficientes para a manutenção da sustentabilidade das espécies.
O consumo de atum no Japão
Se olharmos para história veremos que o Japão nunca teve como tradição o consumidor de peixe nem de qualquer outra iguaria do mar. Todos os alimentos provenientes do mar só se tornaram significativos a partir dos anos 30, do século XX. Hoje, os japoneses consomem em media 40% da proteína através do peixe. Após a Segunda Grande Guerra, e com a introdução da refrigeração moderna, é que o sushi e o sashimi se tornaram de fato populares, com a confecção de peixe cru.
O mercado japonês consome e importa mais atum-rabilho do que qualquer outro no mundo. Em 2005, o Japão importou 55% do total das importações mundiais. Atualmente, o Japão, Espanha, França, Estados Unidos e Itália, representam 95% do mercado global. Os peixes são vendidos a preços exorbitantes.
Shad + Atum = Arte
Depois de ler essa matéria fica fácil entender o motivo pelo qual o atum sempre esteve presente em nossas coleções. Um peixe espetacular em todos os aspectos, desde suas características físicas, suas cores, força, velocidades… Sem duvidas um peixe que mexe com a cabeça de qualquer pescador esportivo. Feliz dos que ja tiveram o privilegio de fisgar um exemplar independentemente da espécie.
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Fontes:
https://marsemfim.com.br/pesca-do-atum-no-brasil/; https://historiasdomar.blogosfera.uol.com.br/2019/10/08/10-bons-motivos-para-pensar-duas-vezes-antes-de-comprar-e-comer-atum/; https://pt.wikipedia.org/wiki/Atum;https://oatumjornalismomultimedia.wordpress.com/seccao-ciencia-2/; http://curiosidadesculinariasdadonasinha.blogspot.com.br/2014/02/atum.html; http://www.suapesquisa.com/geografia/clima_subpolar.htm; http://arkeotavira.com/Estudos/MOEDAS-BALSA-R.pdf; http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/9817/1/ulfc103169_tm_lese_costa.pdf; http://new.d24am.com/amazonia/animais/atum-azul-pacifico-esta-ameacado-extincao/124308; http://www.iucnredlist.org/details/21860/0; https://www.iccat.int/en/; http://ec.europa.eu/fisheries/cfp/international/rfmo/index_pt.htm; http://www.sober.org.br/palestra/12/05O298.pdf; http://blogdotarso.com/2012/08/19/decreto-de-fhc-enriqueceu-membro-do-governo-fhc-que-ajudou-a-elabora-lo/; http://dinheirorural.com.br/secao/agronegocios/o-sommelier-do-atum; http://www.igualdadanimal.org/; http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1138936-barco-japones-domina-pesca-de-atum-em-aguas-do-brasil.shtml.